Enem tem adesão das 59 universidades federais do País
É a primeira vez que isso acontece desde 1998, quando o exame foi criado para avaliar a qualidade do ensino médio no País. Nesta edição, prova terá 7,1 milhões de candidatos
Quinze anos após a criação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e cinco anos depois de sua transformação em vestibular, pela primeira vez todas as 59 universidades federais do País vão adotar a prova como processo seletivo - ou parte dele - de novos alunos. Mesmo com histórico de graves falhas, o Enem se consolidou e atingiu o recorde de 7,1 milhões de inscritos neste ano.
De 2010 para o primeiro semestre de 2013, o número de vagas no ensino superior disponíveis para quem prestou o Enem cresceu quase três vezes, chegando a 129.319 cadeiras, todas em instituições públicas. E a adesão ao exame deve avançar mais. Onze federais que utilizam o Enem como parte do processo seletivo já manifestaram interesse oficial em aderir em 2015 ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), plataforma digital que reúne as vagas.
“A aceitação em relação ao exame aumentou. Mas o desafio logístico ainda é grande, tanto que ainda não se consegue fazer duas edições por ano”, afirma Reynaldo Fernandes, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC) e responsável pela prova.
Parâmetro universal. Para especialistas, o Enem avança na proposta pedagógica, ao exigir aplicação de conhecimentos em situações práticas, capacidades crítica e interpretativa, além da conexão entre conteúdos. “Os vestibulares cobravam memorização, truques e acúmulo de conhecimentos. É preciso desenvolver o raciocínio”, diz o presidente da Associação Brasileira de Avaliação Educacional, Ruben Klein.
Outra vantagem é a mobilidade propiciada pelo Sisu, que permite aos candidatos tentar cadeiras em outras cidades, sem gastos com deslocamento ou taxas de inscrição. “É o formato adotado na Europa e nos Estados Unidos”, afirma o professor da Universidade Federal da Bahia Cipriano Luckesi, especialista em avaliação. Além disso, as notas de corte de cada curso são fechadas diariamente, mesmo enquanto o processo seletivo está aberto. Assim, é possível testar em quais carreiras e instituições é possível ser aprovado.
Preparação. Apesar das possibilidades de escolha, muitos perseguem o sonho da vaga perfeita. Victor Henrique Alves, de 19 anos, preferiu fazer mais um ano de cursinho para tentar Economia em uma instituição de ponta. Ele fez o Enem em 2012, não teve nota nas instituições preferidas e voltou ao preparo. “O ano passado foi de experiência. O Enem não é difícil, exige do aluno, mas pega mais pelo cansaço. Por isso, quem já fez tem chance de se sair melhor.”
Alves não está só no grupo dos que repetem a experiência. Dos 7,1 milhões de inscritos no próximo Enem, 54% - 3,8 milhões - já participaram de uma ou mais edições, segundo o Inep. O dado confirma o Enem muito mais como vestibular do que avaliação do ensino médio.
o Enem tem atraído cada vez mais alunos que ainda nem se formaram no ensino médio - tendência também em vestibulares. Em 2009, os inscritos com 16 anos ou menos eram 5,66% do total. Neste ano, já são 11% dos inscritos - ou 759 mil estudantes. Embora não seja o maior grupo, esse porcentual subiu, proporcionalmente, 87%.
Nenhum comentário:
Postar um comentário